terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Cheias na região de Lisboa



Cheias rápidas: perigosas e potencialmente mortíferas
19.02.2008



São perigosas e podem ser mortíferas, têm como causa chuvadas fortes, concentradas num curto lapso de tempo, e acontecem nas pequenas bacias hidrográficas. No essencial, é isto que caracteriza as chamadas "cheias rápidas", explica Eusébio Reis, investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa. E foi exactamente isto que se passou na madrugada de ontem. O impacto e magnitude destas cheias que afectaram o distrito de Lisboa foram, no entanto, muito inferiores ao verificado nas de 1967 (na região de Lisboa-Loures), ou ainda nas de 1983 e de 1997 - aquelas que Eusébio Reis considera "as mais devastadoras cheias rápidas" que o país já viveu. A 26 de Novembro de 1967 a estação meteorológica do Monte do Estoril registou em cinco horas 129 milímetros de precipitação. Na noite de ontem, entre as 0h00 e as 5h00, a estação meteorológica do aeroporto de Lisboa, por exemplo, registou uma precipitação de 65 milímetros.Em termos de chuva concentrada, Lisboa não registou ontem nenhum recorde. O maior pico horário, entre as 4h00 e 5h00, foi de 36 milímetros de chuva, na estação do aeroporto. É muito, mas já houve episódios mais graves. No dia 19 de Novembro de 1983, em uma única hora choveram 53 milímetros. Mas nunca em Fevereiro tinha chovido tanto ao longo de um dia inteiro. A quantidade de precipitação entre as 9h00 de domingo e as 9h00 de ontem, no aeroporto, foi de 118 milímetros, o maior valor desde 1864. Antes disso, não há séries fiáveis de registos.Episódios como os de ontem não são invulgares, sublinha Eusébio Reis. Entre 24 e 25 de Outubro de 2006, por exemplo, choveu, nalguns pontos do país, o equivalente ao que seria normal para o mês inteiro. Bragança bateu recordes, em Pombal a chuva transformou as estradas em rios e uma pessoa morreu.Uma coisa é certa, a tendência é para que, "à medida que o tempo passa, a mesma quantidade de precipitação venha a ter consequências cada vez mais graves" nas zonas urbanas onde "há cada vez mais água a circular acima da superfície e cada vez menos a circular abaixo da superfície".A crescente impermeabilização dos solos que resulta da construção de infra-estruturas - em última instância "se toda a água se infiltrasse nunca haveria cheias" -, a ocupação dos leitos de cheia, a ineficácia dos sistemas de escoamento contribuem para que as cheias sejam mais graves.As cheias rápidas distinguem-se das "cheias progressivas" - que resultam de períodos de chuva abundante, contínuo, e afectam sobretudo as grandes bacias. Em 1979 o vale do Tejo foi atingindo pela maior cheia deste tipo de que há memória. Durou nove dias. A.S. e R.G.





Fonte: http://jornal.publico.clix.pt/

Comenta as inundações que ocorreram na região de Lisboa, reflectindo sobre as causas que explicam estas situações.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008



Portugal ocupa o 18º lugar no Índice de Desempenho Ambiental 2008



24.01.2008 - 13h16 PUBLICO.PT



O trabalho feito na área do clima, poluição do ar, água, recursos naturais e qualidade ambiental valeu a Portugal o 18º lugar no Índice de Desempenho Ambiental 2008, elaborado por uma equipa das universidades de Yale e Columbia, apresentado ontem no Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça.A lista de 149 países é liderada pela Suíça (com 95,5 por cento), logo seguida da Noruega, Suécia e Finlândia. Os últimos são o Níger (com 39,1 por cento), na 149ª posição, Angola e Serra Leoa.À frente de Portugal (com 85,8 por cento) estão ainda a Costa Rica, a Áustria, Nova Zelândia, Letónia, Colômbia, França, Islândia, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Eslovénia, Lituânia e Eslováquia. Espanha surge na 30ª posição, os Estados Unidos na 39ª e a China na 105ª.Este índice avalia o desempenho ambiental com base em 25 indicadores, distribuídos por seis categorias de políticas: saúde ambiental, poluição do ar, recursos hídricos, biodiversidade e habitat, recursos naturais e alterações climáticas. Das seis categorias, Portugal tem o pior desempenho na área da biodiversidade e habitat, ficando abaixo da média. Na verdade, os piores resultados surgem no indicador de áreas marinhas protegidas e conservação efectiva da natureza. Portugal posiciona-se acima da média europeia em cinco das seis categorias: qualidade ambiental, poluição do ar, água, recursos naturais e alterações climáticas. Os indicadores onde o país conseguiu os melhores resultados passam pelo saneamento básico, água potável, emissões per capita e protecção de habitats críticos.A classificação dos Estados Unidos, no 39º lugar, foi muito influenciada pelo seu fraco desempenho em matéria de gases com efeito de estufa e no impacto da poluição do ar nos ecossistemas. “O desempenho dos Estados Unidos mostra que a próxima administração não deve ignorar os impactos ambientais nos ecossistemas, bem como na política agrícola, energética e gestão da água”, comentou Gus Speth, da Universidade de Yale.A análise das posições sugere que “a riqueza é um factor determinante do êxito ambiental”, segundo um comunicado da universidade de Yale.“Os países com melhores resultados (...) adoptaram políticas públicas para mitigar os danos provocados pela actividade económica”. Já os “países com piores classificações, não realizaram as mudanças necessárias na saúde pública ambiental e têm fracos regimes de política pública”.“Cada país tem algo a aprender com o Índice de Desempenho Ambiental. Mesmo os países com melhores posições têm áreas nas quais o seu desempenho não é óptimo”, comentou Daniel C. Esty, director do Centro de Legislação e Política Ambiental da Universidade de Yale e professor de Legislação e Política Ambiental.Devido à falta de dados, 89 países ficaram de fora desta lista.

Comenta o conteúdo da notícia, reflectindo sobre o desempenho ambiental do nosso país, quando comparado com outros países citados na notícia.

Em qual deste tipo de pessoas confia?


No fim de semana passado, os meios de comunicação social divulgaram uma sondagem mundial do Instituto Gallup para o Fórum Económico Mundial efectuada a 61 600 pessoas em 60 países.
A pergunta era: "Em qual deste tipo de pessoa confia?"
Os professores são os profissionais em que os portugueses mais confiam (quem diria!...); os políticos ficam no fim da tabela. 42 por cento dos portugueses consideram que os professores não só são considerados os profissionais mais merecedores de confiança como são aqueles a quem os inquiridos dariam mais poder (32 %).
A seguir aos docentes surgem, no capítulo das pessoas tidas como mais dignas de confiança, os líderes militares e da polícia (24 %), os jornalistas (20 %) e os líderes religiosos (18 %). Bem no fundo da lista, com um sexto das respostas obtidas pelos professores, ficam os políticos (7%).
Quanto à questão de quais as profissões a que dariam mais poder no seu país, os portugueses privilegiaram os professores (32%), os intelectuais (28%) e os dirigentes militares e policiais (21%), surgindo em último lugar, com 6%, as estrelas desportivas ou de cinema
A confiança dos portugueses por profissões não se afasta dos resultados médios para a Europa Ocidental. Os advogados, que em Portugal apenas têm a confiança de 14% dos inquiridos, vêm em terceiro lugar na Europa Ocidental. A nível mundial, os professores são também os que merecem maior confiança ( 34%) dos inquiridos, seguindo-se os líderes religiosos (27%) e os dirigentes militares e da polícia (18%). Os políticos surgem, uma vez mais, na cauda, com apenas 8% a darem-lhes a sua confiança. Os docentes apenas perdem o primeiro lugar para os líderes religiosos em África, que têm a confiança de 70% dos inquiridos. A Europa Ocidental daria mais poder aos intelectuais (30%) e professores (29%). A nível mundial voltam a predominar os professores (28%) e os intelectuais (25%), seguidos dos líderes religiosos (21%).

Comenta os resultados deste estudo.
Eduardo Vales 2007/2008